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13 de agosto de 2024

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Gratiluz

Ivan Ilitch vive uma vida normal e bem-sucedida do ponto de vista da sociedade: tem um bom emprego e uma família. Então vai seguindo até perceber que talvez sua vida não seja tão feliz. Em vez de reclamar ou tentar mudar o seu destino, entretanto, ele escolhe se acomodar e se entregar ao trabalho, o seu escape.

Isso muda quando é acometido de uma doença mortal, de uma dor lancinante, que vem e traz a solidão, o medo da partida. Ao contrário do que se espera, sua família e seus amigos lhe viram as costas — sua esposa chega a torcer por sua morte. Com isso, ele começa a se questionar sobre sua existência: fez o que era certo, mas será que viveu como deveria ter vivido?

Tenho pensado (já há um bom tempo) a respeito desse aspecto: a vida é isso mesmo? Ou há algo mais a ser vivido? Esse questionamento, por vezes, se interrompe quando encontra a ideia de que não devo reclamar; devo ser grata pelo que tenho, por tudo o que me acontece (até pelos fatos negativos).

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25 de novembro de 2020

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O giz vermelho e a insatisfação permanente

Por Eriane Dantas

‘Como seria bom se eu tivesse um ioiô!’.

Esse é um dos pensamentos de Sara, a personagem principal do livro infantil O giz vermelho, de Iris van der Heide e Marije Tolman (Martins Fontes, 2006).

Toda vez que leio essa história me pego em uma reflexão: não estaríamos nós em uma insatisfação permanente? Eu digo nós porque posso me incluir nesse grupo que, vez ou outra, olha para os objetivos alcançados e, como Raul Seixas naquela canção*, se pergunta: “E daí?”.

Sara inicia a narrativa com um giz vermelho, deseja fazer desenhos no chão com ele, porém é desencorajada pelo piso irregular. Ela então encontra um menino brincando com bolas de gude, se interessa pelo brinquedo e propõe uma troca. Assim a menina percorre todo o livro, reparando que o objeto em suas mãos não tem a graça que ela imaginava e cobiçando o brinquedo de outra criança.

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