Durante muito tempo tive medo de aparecer: poucas palavras ditas, nada de fotos, nada de vídeos, nada de exposição da intimidade e dos sentimentos diante de muita gente. Uma postagem como esta então seria impensável poucos anos atrás. E, ao mesmo tempo que desejava conquistar outros leitores e leitoras além da minha mãe, receava exibir os meus escritos.
Estou falando disso hoje aqui porque, à véspera de completar 12.419 dias na Terra, orgulho-me de ter matado parte desse monstro em mim. Para isso, além das parcerias que fiz nos últimos anos, da terapia, da relação com esse pequeno ser ao meu lado na foto, concorreram o meu sonho de escrever, o blog e a entrega a desafios no meu trabalho (e até encontros infelizes por lá).
Identidade? O que é isso mesmo? Identidade descreve “algo que é diferente dos demais, porém idêntico a si mesmo” (PUC/RIO, p. 14). Ou seja, é aquilo que nos torna únicos em meio a bilhões de pessoas. É como aquele documento chamado pelo mesmo nome que usamos para provar quem somos.
Identidade é construída individual e socialmente, a partir das características pessoais, da memória coletiva, dos valores culturais etc. É constituída na relação entre sujeito e sociedade, havendo a forma como o indivíduo se identifica e como é identificado pelos outros.
Não é estática, como uma fotografia. Pode se alterar ao longo da vida, influenciada pelas vivências e rupturas, em um processo conduzido pela própria pessoa, embora cada indivíduo mantenha uma essência, um estilo.
Ser piauiense é estranhar com freqüência a pecha da pobreza, do calor insuportável, do imenso curral, do rústico corredor de passagem; é ter que ouvir aqueles de ‘fora’ a perguntar: como se fala, o que se faz, quem é o conhecido de lá’ (Rabelo, 2008, p. 14, sic).
“Você conhece o Pedro?” — alguém questionou certa vez, ao saber que nasci e morei na capital do Piauí por quase doze anos. Eu respondi que não, mas por dentro minha resposta não foi tão calma assim. Que diabo de pergunta era aquela? Como poderia conhecer um ser humano, identificado apenas como Pedro, em uma cidade com milhares de habitantes?
Em um momento anterior, outro alguém me perguntou se havia carros nas ruas de Teresina, talvez com uma imagem semelhante àquela que os estrangeiros têm dos brasileiros: a de que vivemos como o Tarzan, em meio à Floresta Amazônica. Mas sobre o Piauí a imagem talvez seja a de ruas atravessadas pelo gado.
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