- Título Original: Ponciá Vicêncio
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Pallas
- Ano de Publicação: 2017
- Número de Páginas: 120
Sinopse: A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.
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Ela [Ponciá] gastava todo o tempo com o pensar, com o recordar. Relembrava a vida passada, pensava no presente, mas não sonhava e nem inventava nada para o futuro (p. 18).
Ao ler Ponciá Vicêncio, senti meu coração apertado, as lágrimas a ponto de deixar os olhos. Chorei e sorri, como Ponciá, como seu Vô Vicêncio, de quem ela é herdeira. Lembrei-me de Macabéa, de Bibiana, de Belonísia, personagens que, como Ponciá agora, parecem minhas conhecidas.
Ponciá Vicêncio narra a história da protagonista que dá nome ao romance, desde seu nascimento, mas em uma sequência não linear. Ela vai para a cidade, deixando para trás o povoado natal, comandado pelos brancos, a quem serviram seu pai, seu avô e seus antepassados. Parte cheia de sonhos.
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Porque é um enigma perene a razão pela qual nenhuma mulher jamais escreveu qualquer palavra de uma literatura extraordinária quando todo homem, ao que parece, é capaz de uma canção ou de um soneto (Woolf, 2014, p. 63).
O excerto que escolhi para iniciar este texto é parte do livro Um teto todo seu, um ensaio originado de duas palestras que Virginia Woolf concedeu em 1920, em duas faculdades inglesas exclusivas para mulheres. Nelas a autora discute as desigualdades sociais entre mulheres e homens e seu impacto sobre as possibilidades de mulheres se entregarem à atividade de escrita.
Virginia Woolf observa que os homens (mesmo aqueles sem qualificação) escreviam a respeito de mulheres. Já as mulheres que escreviam não falavam sobre os homens, e quase não se encontravam obras escritas por elas.
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09 de maio de 2020
4 Comentários
Quatro diferentes mães que encontramos nos livros
Existe uma frase que nunca entendi muito bem: “mãe só tem uma”. Porque cada um de nós tem uma única mãe biológica, mas pode haver pessoas que tenham mais de uma mãe. Há ainda mães diversas pelo mundo afora, mães de todas as cores, de todos os jeitos, de todas as idades.
Também não me agrada a comparação das mães com super-heroínas. As mães erram, sofrem, amam e são, da mesma forma, capazes de odiar ou de não sentir amor; têm necessidades, desejos e sonhos além da maternidade; podem não estar preparadas para ser mães; e nem sempre serão hábeis em resolver os problemas dos filhos. Em resumo, as mães são apenas mulheres.
Como a ficção imita a vida real, não há melhor lugar para percebermos essas diferentes maternidades do que em uma boa história. Por essa razão, falo aqui de quatro mães que foram criadas por quatro diferentes escritoras, embora possam se parecer com mães reais.
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- Título Original: Letter to My Daughter
- Gênero do Livro: Memórias
- Editora: Agir
- Ano de Publicação: 2019
- Número de Páginas: 143
Sinopse: Carta a minha filha revela o caminho de Maya Angelou em busca da melhor maneira possível de viver e se tornar a personagem principal da própria história. Com seu estilo único, mesclando relato confessional e poesia, ela concebe uma espécie de manual, contando sua trajetória fascinante e também seus anseios para um futuro que está nas mãos das herdeiras de seu legado. Conhecida por estar no front do movimento pelos direitos civis, a autora e ativista não apenas nos dá seu testemunho de luta, mas nos presenteia com um tocante relato de exaltação à vida. Esta edição conta com prefácio inédito da escritora Conceição Evaristo.
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Carta a minha filha é um livro que Maya Angelou dedicou a todas as mulheres do mundo, as quais adotou como filhas e herdeiras de sua luta.
Você não pode controlar todos os fatos que acontecem em sua vida, mas pode decidir não ser diminuída por eles. Tente ser um arco-íris na nuvem de alguém. Não se queixe. Faça todo o esforço possível para modificar aquilo de que não gosta. Se não puder mudar algo, mude a maneira como pensa. Talvez você encontre uma nova solução (p. 16).
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