Quem já não viu livros, filmes e séries repletos de mulheres rivalizando, disputando poder e (em especial) homens? Eu já vi. Quando me deparo com mulheres na ficção fazendo o contrário, até me surpreendo.
Mas a ficção imita a vida. Diz-se por aí que as mulheres não confiam umas nas outras e são competitivas entre si (enquanto os homens seriam protetores uns dos outros). Talvez essa afirmação não seja de todo mentirosa. Acontece que, por mais que sejamos criadas para nos odiar, é entre as nossas iguais (ou parecidas) que podemos encontrar as nossas maiores aliadas.
Tenho experimentado isso nos últimos anos. Estou (ou estive) rodeada de mulheres que se admiram, se apoiam, se protegem, se impulsionam a ser melhores: Aline, Ana, Andréa, Brisa, Claudinha, Eliete, Sâmella… Com essas mulheres, conheci outros jeitos de ser e de pensar. Foi com elas que pude contar nos momentos mais desafiadores. Aprendi e cresci tanto no convívio com elas que comecei a descobrir o meu próprio lugar no mundo.
Em homenagem a essas mulheres, fui buscar nos livros exemplos de personagens femininas que encontram afeto, compreensão e parceria em outras mulheres.
Atenção! Os relatos abaixo contêm detalhes das histórias. Só prossiga se tiver lido as obras ou se não tiver problema com spoilers.
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- Título Original: Layla Echad, Markovitch
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Todavia
- Ano de Publicação: 2018
- Número de Páginas: 400
Sinopse: Às vésperas da Segunda Guerra, um grupo de jovens parte da Palestina para a Europa. Do outro lado do mar, um grupo de jovens judias que nunca conheceram os esperam. O objetivo: casamentos fictícios com os quais as meninas poderão escapar da Europa sob Hitler e alcançar a futura pátria judaica, então sob o domínio britânico. Dois dos jovens são amigos íntimos, mas muito diferentes um do outro. Zeev Feinberg, um sujeito ousado, alto e musculoso, tem um belo bigode e está acostumado a ter mulheres caídas a seus pés. O outro, Iaakov Markovitch, é um cara indescritível e monótono sem qualquer tipo de carisma: nenhuma mulher já olhou para ele. No entanto, é Markovitch quem fica com a mulher mais bonita, a deslumbrante Bella Zeigerman. Contra o pano de fundo da guerra na Europa e a Guerra de Independência de Israel, com o enredo indo e vindo entre os pequenos indivíduos e os grandes eventos que os rodeiam, tudo isso num andamento ágil e mítico, o colorido romance de estreia de Gundar-Goshen reconta eventos do século XX de forma divertida e ilustrada.
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Iaakov Markovitch não era feio. Que não se conclua disso que era bonito. Garotinhas não desatavam a chorar por causa de seu aspecto, tampouco sorriam ao ver seu rosto. Ele era, seria possível dizer, um glorioso meio-termo (p. 11).
Esse é o romance de estreia de Ayelet Gundar-Goshen, escritora israelense que também é psicóloga e roteirista.
Que forma de começar! O livro lhe rendeu um prêmio literário em Israel, o Prêmio Sapir, pelo melhor romance de estreia de 2012, e foi traduzido para catorze idiomas.
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