Um ruído irritante, como se alguém desse a partida em um carro velho, tomou conta do quarto e a cada segundo se tornou mais e mais alto. Não ouvia mais o tique-taque do relógio de parede nem o latido do cão do vizinho. E eram duas horas da manhã. Àquela altura, já tinha rezado uma novena em favor dos meus parentes, principalmente do meu marido barulhento.
Conferi as horas novamente: passava das três. Se eu pegasse no sono naquele momento, dormiria por pouco menos de quatro horas. Da forma como meus olhos estavam, despertos como se eu tivesse tomado uma garrafa de café, sabia que passaria outra noite em claro. A solução foi encontrar algo para matar o tempo e chamar o sono.
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Como escrevi em um texto anterior, uma feira literária (ou bienal, salão, festival, festa) é o lugar ideal para quem gosta de literatura, pois, em um evento assim, podemos encontrar pessoas que trabalham na produção do livro (escritores, ilustradores, editores etc.) e promovem a leitura. Enfim, pessoas que compartilham do interesse por livros e afins.
As feiras ocorrem em várias partes do Brasil, durante todo o ano, e muita coisa já aconteceu em 2018: Salipi, Feira do Livro de Brasília, Salão da FNLIJ, Fliaraxá, entre outras. A boa notícia é que ainda há muito mais pela frente.
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Sabrina se alegrou por ser uma das primeiras ali, pois não queria mesmo encontrar alguém. Assim, poderia cumprir o plano de tomar alguns drinques sem companhia e voltar para casa tão bêbada que não pensaria em sua situação.
Quem já não passou por uma situação que gostaria de apagar da memória de uma vez: uma desilusão, um fracasso, uma perda? Em momentos como esses desejamos encontrar um remédio que neutralize a dor e nos permita seguir vivendo como se nada em nossa vida tivesse se alterado. Esse é o caso de Sabrina, uma mulher que só quer esquecer. Ela pretende permanecer em sua existência solitária. Foge das conversas com a família e com os colegas do trabalho. Seu único desejo é tomar uma bebida forte que a faça perder os sentidos ao menos por alguns instantes.
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- Título Original: Frankenstein, or, The Modern Prometheus
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Penguin Classics Companhia das Letras
- Ano de Publicação: 2015
- Número de Páginas: 417
Sinopse: O arrepiante romance gótico de Mary Shelley foi concebido quando a Autora tinha apenas dezoito anos. A história, que se tornaria a mais célebre ficção de horror, continua sendo uma incursão devastadora pelos limites da invenção humana. Obcecado pela criação da vida, Victor Frankenstein saqueia cemitérios em busca de materiais para construir um novo ser. Mas, quando ganha vida, a estranha criatura é rejeitada por Frankenstein e lança-se com afinco à destruição de seu criador. Este volume inclui todas as revisões feitas por Mary Shelley, uma introdução da autora e textos críticos de Percy B. Shelley e Ruy Castro. E ainda um apêndice com textos de Lorde Byron e do dr. John Polidori.
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Foi um deleite descobrir que um som agradável, o qual era frequente chegar-me aos ouvidos, saía da garganta de pequenos animais alados que não raro bloqueavam a luz de meus olhos (p. 190).
Este clássico está completando duzentos anos em 2018. Foi adaptado tantas vezes para o teatro, o cinema, a televisão e os quadrinhos que nossa impressão da história, incluindo a ideia que fazemos sobre quem é de fato o Frankenstein, pode ser um pouco diferente do enredo original. Este é um exemplo de livro que resistiu ao tempo e é capaz de surpreender, mesmo dois séculos depois. Foi o livro discutido no meu primeiro encontro do Leia Mulheres Brasília. Por isso, não poderia faltar aqui.
Quem não conhece o monstro assustador com parafusos no pescoço? Essa é a primeira imagem que vem à minha mente quando penso no Frankenstein. Por isso e por meu desinteresse por histórias de terror, imaginei que não gostaria do livro, mas me surpreendi e me deparei como uma história que não me horrorizou. Ao contrário, me emocionou, me entristeceu, me fez pensar.
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