"7" Post(s) encontrado(s) na categoria: Resenhas

07 de agosto de 2018

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[Resenha] No seu pescoço

Por Chimamanda Ngozi Adichie

Aquilo que se enroscava ao redor do seu pescoço, que quase sufocava você antes de dormir, começou a afrouxar, a se soltar (p. 136). Hoje o livro é de uma escritora que vem conquistando reconhecimento cada vez maior em todo o mundo. Com doze histórias que tratam principalmente de imigração, choque de culturas e preconceito, No seu pescoço é o primeiro livro de contos de Chimamanda Ngozi Adichie, jovem autora nigeriana cujos trabalhos já foram traduzidos para mais de trinta idiomas. Além desse livro, Chimamanda publicou os romances Meio sol amarelo, Hibisco roxo e Americanah e os ensaios Sejamos todos feministas e Para educar crianças feministas. Nos contos de No seu pescoço, vemos personagens descobrindo a empatia, tomando decisões pela primeira vez, conhecendo diferenças culturais, mergulhando na nostalgia, desfazendo seus preconceitos e suas expectativas, agindo sob o controle do ciúme, sendo julgados por sua nacionalidade ou religião. Mas aqui destaco […]

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27 de julho de 2018

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[Resenha] Anjo de rua

Por Manoel Constantino

Nesses meses, eu achava que amava meu pai, achava minha mãe forte e bonita e os meus irmãos super-heróis. Hoje trago mais um livro para jovens, mas aqui não vemos fantasia e aventura; vemos a vida real de crianças em situação de rua em uma capital brasileira.  Vencedor do Concurso Cepe de Literatura Infantil e Juvenil/2010, organizado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), este é o primeiro livro para jovens de Manoel Constantino, que também é jornalista, ator, diretor e produtor de cinema e de teatro. Já as ilustrações tão realistas foram feitas por Roberto Ploeg, artista plástico holandês que vive no Brasil desde 1979. A história é narrada em primeira pessoa por Careca, um menino de quatorze anos que fugiu de casa aos nove, cansado do tratamento que o pai destinava à esposa e aos filhos quando chegava bêbado a casa; cansado de apanhar dos pais.

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18 de julho de 2018

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[Resenha] Olhos d’água

Por Conceição Evaristo

E aos poucos, em meio às verdades-mentiras que tinha inventado, Lumbiá ia se descobrindo realmente triste, profundamente magoado, atormentado em seu peito-coração menino (p. 83). Nunca uma capa e um título disseram tanto sobre como o leitor se sente ao mergulhar nas histórias de um livro. Olhos d’água é uma coletânea de contos publicada originalmente em 2014 por Conceição Evaristo, uma mulher negra, ex-moradora de uma favela em Belo Horizonte, que só concluiu o curso normal aos 25 anos de idade. É admirável que eu nunca tenha ouvido falar nela até o dia em que soube que esse livro seria discutido no encontro de maio do Leia Mulheres Brasília. Como nunca tinha escutado esse nome? Como nunca tinha ouvido uma menção sequer a uma mulher com essa história, com essa capacidade de poetizar as dores? Ou será que não havia me atentado, não havia olhado nessa direção?

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09 de julho de 2018

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[Resenha] Frankenstein

Por Mary Shelley

Foi um deleite descobrir que um som agradável, o qual era frequente chegar-me aos ouvidos, saía da garganta de pequenos animais alados que não raro bloqueavam a luz de meus olhos (p. 190). Este clássico está completando duzentos anos em 2018. Foi adaptado tantas vezes para o teatro, o cinema, a televisão e os quadrinhos que nossa impressão da história, incluindo a ideia que fazemos sobre quem é de fato o Frankenstein, pode ser um pouco diferente do enredo original. Este é um exemplo de livro que resistiu ao tempo e é capaz de surpreender, mesmo dois séculos depois. Foi o livro discutido no meu primeiro encontro do Leia Mulheres Brasília. Por isso, não poderia faltar aqui. Quem não conhece o monstro assustador com parafusos no pescoço? Essa é a primeira imagem que vem à minha mente quando penso no Frankenstein. Por isso e por meu desinteresse por histórias de […]

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05 de julho de 2018

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[Resenha] Deslumbres e assombros

Por Lucas M. Carvalho

Costuma-se dizer que, para enxergar as coisas mais belas, é necessário um esforço fatigante, mesmo que elas estejam diante de nosso nariz (p. 73). Hoje quero falar de um livro destinado a crianças e jovens — e por que não a adultos? Preciso confessar que gosto cada vez mais de apreciar trabalhos como este, com um valor estético por vezes negligenciado nas obras para crianças e jovens, devido à desvalorização da literatura para esse público. Terceiro livro de Lucas M. Carvalho, Deslumbres e assombros foi o vencedor do 12° Prêmio Barco a Vapor, em 2016. O primeiro livro do autor, O espetáculo de Grimnlaud (2009), foi publicado quando ele tinha apenas dezesseis anos. Em seguida, Lucas M. Carvalho publicou Abaixo das nuvens (2012).

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03 de julho de 2018

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[Resenha] Comunhão: a busca feminina por amor

Por bell hooks

Outra dádiva que as mulheres oferecem àquelas que ainda não descobriram os prazeres da sabedoria é a noção de que é melhor conhecer a alegria de dançar em um círculo de amor que dançar sozinha (p. 243-244, tradução minha). Hoje trago um livro de não ficção escrito por uma mulher que fala de amor, mas também de empoderamento feminino. Esta resenha é uma homenagem a minha amiga Ana, em agradecimento por ter me apresentado bell hooks e o livro de que falarei aqui. Este é o terceiro livro da trilogia de bell hooks sobre o amor, composta também por All About Love: New Visions e Salvation: Black People and Love, e infelizmente nenhum dos três foi traduzido para a língua portuguesa. O único livro da autora que pode ser lido em português intitula-se Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade.

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01 de julho de 2018

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[Resenha] O tempo entre costuras

Por María Dueñas

Em poucos meses, eu havia fechado a porta na cara de todo meu ontem; deixara de ser uma simples costureirinha e me tornara, de maneira alternativa ou paralela, um monte de mulheres diferentes. Dedico esta minha primeira resenha a Adriana, por ter me dado este lindo presente e me proporcionado a oportunidade de conhecer uma obra tão encantadora. Li este livro em apenas quatro dias. Seu enredo é envolvente, e eu não consegui parar de ler até saber que destino Sira (ou Arish) teria. Também queria compará-lo com a série produzida pela Boomerang TV e lançada na Netflix pouco tempo antes.

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