24 de junho de 2024

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A astronauta

Ela partiu ontem
num foguete rumo à Lua,
passou entre as nuvens,
enfeitou os cabelos com estrelas,
debochou da lei da gravidade.
Você mandou uma mensagem de rádio:
Seu brilho é tão intenso,
que nem preciso de telescópio
pra te ver aqui de baixo.
Surgiu ali uma porção de orgulho,
orgulho que raras vezes se viu
naqueles olhos que só miravam
os próprios pés.
Hoje ela despencou do alto.
Não olhe aí de cima
pela janela do seu foguetinho —
foi seu novo recado —,
não deixe a empáfia te levar
pra fora da galáxia.
A coitada,
que mal conhece o significado
daquela palavra,
voltou a vestir o macacão da modéstia,
feito sob medida,
bem colado ao corpo.
Pensa que foi sonho
ou conto infantil
essa história de Lua,
foguete,
estrelas,
se sente fincada à Terra.
Faz um pedido a uma estrela cadente:
que você a deixe subir,
viajar para Marte,
Júpiter,
descobrir outros planetas,
cruzar o espaço
no cometa Halley,
morar com extraterrestres.

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