Ela partiu ontem
num foguete rumo à Lua,
passou entre as nuvens,
enfeitou os cabelos com estrelas,
debochou da lei da gravidade.
Você mandou uma mensagem de rádio:
Seu brilho é tão intenso,
que nem preciso de telescópio
pra te ver aqui de baixo.
Surgiu ali uma porção de orgulho,
orgulho que raras vezes se viu
naqueles olhos que só miravam
os próprios pés.
Hoje ela despencou do alto.
Não olhe aí de cima
pela janela do seu foguetinho —
foi seu novo recado —,
não deixe a empáfia te levar
pra fora da galáxia.
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