E se olhar para a dor do outro for um tratamento para as nossas próprias dores? Mulheres que não eram somente vítimas aponta nessa direção (e em outras tantas) numa narrativa que nos instiga a ler até o final.
O livro é o segundo da escritora brasileira Regiane Folter. O primeiro, uma coletânea de contos sobre o amor intitulada AmoreZ, apareceu por aqui há quase quatros anos.
O novo livro se inicia com a recusa da jornalista Maria em escrever uma matéria que lhe foi atribuída. Ela o faz com veemência, até com certa teimosia e uma boa dose de raiva, criando um desconforto com sua amiga editora.
O enredo não nos entrega de cara o porquê de sua reação, deixando-nos apenas com suposições e curiosidade. Pouco a pouco se conhece a protagonista, seu modo de pensar e agir, sua relação com o mundo, ao mesmo tempo em que se revela a história que serve de pano de fundo, a história de Mariana, o objeto do desgaste entre Maria e sua chefe Tatiana. Ao refazer os passos de Mariana, Maria tem a oportunidade de olhar para dentro de si, de reviver e reescrever sua própria história.
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