Felicidade. Felicidad. Happiness. Bonheur. Não importa a língua, a felicidade tem dia reservado no calendário mundial. Um organismo internacional a ranqueia todo ano e mostra que ela mora lá do outro lado do oceano.
Com tanta coisa acontecendo neste geoide que chamamos de Terra, quem se atreve a declarar essa tal felicidade? Talvez um habitante da Finlândia ou da Dinamarca. Por aqui, em terras BR, esse é item em baixa.
Os poetas a declamaram. Os cantores a invocaram. Não sabemos ao certo qual é a sua cara, mas um dia toparemos com ela numa esquina qualquer. Ou um acontecimento fantástico vai trazê-la até nós.
Afinal, o que é felicidade? Será que ela só aparece quando se está acompanhado? Felicidade é só questão de ser? Tem fim, como cantou Tom Jobim?
O Google me esclarece que esse substantivo feminino significa satisfação plena. Parece um estado de espírito absoluto, inatingível, reservado aos privilegiados.
Felicidade é termo subjetivo. Não representa para mim a mesma coisa que representa para você e os outros habitantes do planeta.
Já a felicidade do mundo moderno envolve uma ou mais destas variáveis: muito dinheiro no banco, relacionamento amoroso, milhões de seguidores e corpo de boneca. Essa felicidade das redes sociais, dos livros de autoajuda, dos coaches, das palestras motivacionais nos insere em uma busca incessante, em uma luta injusta.
Aparenta facilidade a conquista do que os outros exibem – basta pensar positivo e acordar de madrugada. Aparenta tanta facilidade que devemos ser mesmo muito ruins, incompetentes, pouco atraentes, preguiçosos se não conseguimos também.
A procura por essa felicidade nos traz infelicidade, nos causa um sentimento de derrota. Mas necessitamos mesmo disso para ser felizes? É mesmo louco quem não é feliz assim?
Quem sabe a felicidade não seja tão grandiosa, quem sabe não esteja fora da gente, quem sabe não se localize no fim da estrada? É provável que ela não bata à nossa porta nem seja anunciada com um show pirotécnico, porém de nada nos serve correr atrás dela como o Tom perseguindo o Jerry.
A felicidade não é ausência de tristeza, de problemas, de frustrações. Não é o sorriso plástico das mídias sociais, a pose para a foto, a perfeição. Felicidade é um ponto de equilíbrio entre bons e maus momentos, é a capacidade de encontrar um sentido na vida, de cair numa fossa na segunda e se levantar na terça-feira.
Para ser felizes, precisamos descobrir o que, de fato, nos faz felizes e ignorar o que os outros dizem que nos falta para alcançar a felicidade. Por isso, desconsidere até mesmo o que escrevi aqui. Eu não sei o que é felicidade para você. Isso só você pode definir.
Então, me conta: do que você precisa para ser feliz?
Deixe seu comentário