29 de fevereiro de 2020
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Por Chimamanda Ngozi Adichie
- Título Original: Purple hibiscus
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Companhia das Letras
- Ano de Publicação: 2011
- Número de Páginas: 324
Sinopse: Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
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Quão grande pode ser a influência de um pai ou uma mãe na forma como uma criança se portará e se relacionará com as outras pessoas? Foi essa a pergunta que me fiz do início ao fim da leitura de Hibisco roxo.
Meus primos riram, e Amaka olhou para Jaja e para mim, talvez achando estranho não rirmos também. Eu quis sorrir, mas estávamos passando na frente de casa bem naquele momento, e a visão dos enormes portões negros e dos muros brancos paralisou meus lábios (p. 91).
Hibisco roxo é um romance de Chimamanda Ngozi Adichie, que escreveu ainda os romances Meio sol amarelo (2008) e Americanah (2014), a coletânea de contos No seu pescoço (2017) — do qual já falei aqui — e os ensaios Sejamos todos feministas (2015), Para educar crianças feministas (2017) e O perigo de uma história única (2019).
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Meu sonho de criança era ser como minha mãe: uma mala elegante de rodinhas; queria viajar pelo mundo afora e fazer parte de momentos memoráveis. Como efeito colateral, me tornaria famosa, aparecendo em fotos publicadas nas redes sociais.
Como sabemos, porém, a vida nem
sempre é justa e às vezes vira o rosto para aquele que cedo madruga. O esforço,
a base da minha filosofia, não garantiu a realização do meu sonho. Quem disse
que podemos ser tudo o que queremos? Faltou sorte e, em vez de seguir a
carreira de mamãe, tornei-me uma mochila.
Ser mochila não era o objetivo de nenhuma das minhas amigas, e minha família, claro, não ficou feliz com a minha carreira profissional.
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Gisele se orgulhava de ser uma funcionária exemplar, mas tinha uma fraqueza e precisou enfrentá-la ao ser escalada para um evento de trabalho em São Paulo na companhia da chefe.
No primeiro dia, depois de
cumprirem suas tarefas, sobrou-lhes uma tarde livre, que a chefe resolveu aproveitar
mostrando a cidade para a subordinada.
Pegaram um táxi na porta do
hotel, desceram em um trecho da Avenida Paulista e caminharam até o Masp, mas o
encontraram de portas fechadas.
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04 de fevereiro de 2020
6 Comentários
Por Carolina Maria de Jesus
- Título Original: Quarto de despejo: diário de uma favelada
- Gênero do Livro: Memórias
- Editora: Ática
- Ano de Publicação: 2014
- Número de Páginas: 200
Sinopse: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
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Hoje apresento Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, o primeiro livro do meu plano literário para 2020.
Antigamente eu cantava. Agora deixei de cantar, porque a alegria afastou-se para dar lugar a tristeza que envelhece o coração. […] (p. 150).
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 1914, e se mudou para São Paulo em 1947, onde foi empregada doméstica e, mais tarde, passou a catar papel e outros materiais reutilizáveis.
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